Date: Wed, 21 Apr 2021 23:41:11 +0000 From: wanjosh Subject: Aventuras na vila da praia Todos os personagens dessa história são fictícios. Similaridades em nomes ou lugares são mera coincidência. Sugestões e comentários podem ser enviados para: wanjosh@protonmail.com. Boa Leitura. Aventuras na vila da praia Um garoto estava indo para a praia com a mãe. Não por diversão. Na verdade estavam fugindo. Seu pai foi preso por violência doméstica e sua mãe tinha medo da família dele. Decidiu que tinha de ficar longe deles. Um conhecido arrumou uma casa para eles. Eddy ainda estava meio chocado com a mudança. Ele adorava o pai, era o seu ídolo. Ele ainda não tinha aceitado que ele fez coisas tão horríveis não só para sua mãe como para outras pessoas. Provavelmente passaria o resto da vida preso. No fundo estava com raiva da sua mãe, porém não raiva de não querer falar com ela. Ainda estava racionalizando o que aconteceu. Para se isolar, estavam se mudando para perto da praia, mas não uma praia famosa ou badalada, dessas com muita gente. Também não era uma praia turista com casas de praia bonitas. Era uma cidade pequena, do interior, fruto de uma vila de pescadores. O aluguel provavelmente era barato. “Eddy.” Sua mãe falou. “Você tá bem?” “Estou. Por quê?” “Bom, você não falou a viagem inteira.” “Eu só to pensando no papai, só isso.” “Querido… não vou mais conversar isso com você.” “Não, é que… digo, a polícia me falou e eu vi a senhora no hospital… mas eu nunca vi o papai fazendo isso.” “Seu pai não queria que ninguém soubesse, fora claro a família dele. Querido… sei que é difícil para você fazer essa mudança, que não é sua culpa. Mas acredite, em questão de pouco tempo, ele faria com você o mesmo que fez comigo. Só resta seguir em frente.” Ela tinha razão, só restava seguir em frente. Eventualmente, chegaram na cidade. Não era uma cidade grande, com certeza. Não tinha prédios, um monte de lojas diferentes… era uma cidade simples do interior. Mais parecia uma vil ou, um bairro de classe média muito grande do que uma cidade. Eventualmente chegaram na casa nova. Um andar de cima de um duplex. Pequeno para uma família mas grande para duas pessoas. Ficava em uma rua quieta. Como partiram meio as pressas, maior parte das mudanças estavam no carro mesmo, muito lotado. Comprariam os móveis por lá. Por ali, grande maioria das pessoas usava rede em vez de uma cama, tanto que sua casa nova já tinham redes como cortesia. Dormiriam nelas hoje. Tinha começado a chover forte. Como viviam perto da praia, algumas chuvas eram comuns. Eddy se sentia muito solitário. Era tão estranho. No fundo ele sentia raiva, mas raiva que faz você ficar zangado e nervoso. Era mais raiva de ficar ressentido. Se sentia muito sozinho. Mais do que devia. -//- No dia seguinte, sua mãe o acordou, cedo, muito cedo. “Querido, acorde.” “O que foi?” “Você tem aula. Eu sei, você chegou hoje mas foi de última hora. Vou passar o dia todo fora comprando as coisas da casa. Quando você voltar, provavelmente eu ainda estarei fora. Então vai ter que pedir algo para comer.” “Mas…” “Rápido. Eu já acertei tudo, um ônibus vem te pegar.” Não levou nem mochila, só a roupa do corpo, celular e um pouco de dinheiro. Chegou depois de uns 10 minutos. A escola nova era menor mas tinha bem mais espaço aberto do que sua anterior. Ele sentiu bem o impacto da mudança. Ele recebeu a mochila os livros e farda. Usaria no dia seguinte. Ninguém se importou com ele. Melhor assim, sua mãe provavelmente queria que tudo fosse discreto. Apenas, tentou prestar atenção. Quando o primeiro turno terminou, no recreio, lhe deram almoço. “Oi.” Eddy se surpreendeu. Alguém falou com ele de boa vontade. Era um garoto também. Ele parecia ter a mesma altura de Eddy, 1,60 mais ou menos. Dava para ver que era bem magro e tinha pele meio bronzeada. “O, olá.” “Eu sei quem você é.” “Legal. Eu me apresentei com todo mundo.” “Não falo disso. Eu sei o que aconteceu com o seu pai.” Aquilo deixou Eddy sem chão. “Como?” “Não é exatamente um segredo. Têm TV e internet aqui sabia?” “Sim.” “Escuta, achei que você ia estar sozinho. Quer ajuda? Digo, você saiu da capital para vi para cá. Não é exatamente o fim do mundo porém é bem diferente.” “Eu dou meu jeito. Bem, não tive muita escolha.” “Tudo bem. Achei que ia gostar de saber o que as pessoas fazem por aqui. No geral, maioria dos meninos aqui tem alguma responsabilidade fora da escola. Quem não têm normalmente fica o dia inteiro na rua.” “Como assim?” “Você sabe, brincando, se divertindo… um pivete de rua. Escuta, maioria dos garotos aqui são na dele, então se você quiser se enturmar, você precisa tomar uma iniciativa. Não somos muito de julgar aqui. O sim, meu nome é Jonas.” “Pode me chamar de Eddy.” “É bem forte para alguém de 12.” “Meu pai me incentivava a me exercita.” “Ou… certo.” Os dois aproveitaram o tempo do recreio e fizeram um tour rápido pelo colégio. Jonas apresentou a alguns alunos e amigos, pessoas com quem ele andava e que Eddy podia se da bem. Era meio reconfortante, de fato. De repente, um garoto que Jonas tentou evitar passou pela vista de Eddy. Ele era gordo, com certeza. Desses bem cheeinhos, com os braços roliços, assim como o rosto fofinho. Ele tinha uma cintura grande para um garoto da sua idade também. Tinha a pele morena e o cabelo cacheado. “Quem é ele.” “A, não vai querer chegar perto dele.” “Por quê? De todos ele parece o mais isolado.” “Ele é esquisito, por assim dizer. E meio que estranha os outros meninos.” “Estranha? Ele gosta de brigar?” “O que? Não… ele é bicha.” Eddy entendeu. De fato, ele parecia meio afeminado. Realmente, era melhor ficar longe dele. Antes de saírem de mais perto, porém, ele olhou em direção aos dois e percebeu Eddy. Ficaram se encarando por uns 30 segundos. “Ei, que parte de fica longe dele você não entendeu?” “Qual o nome dele?” “Manju.” “Manju?” “É um apelido. Apenas, fique longe dele. Além de bixa, ele é esquisito.” Era melhor ficar longe mesmo… mas ainda sim, ele se destacou muito dos demais. “Vai fazer o que depois da aula?” “Ir para casa, eu acho?” “Não quer ir para praia? É a melhor diversão que você vai ter por enquanto.” “Não é meio longe?” “O que mais têm aqui são carros e transporte para elas. Você vai ver.” Ele ensinou aonde ele podia pegar transporte para as praias. Tinha um perto de casa. Vestiu um calção velho e foi pegar um ônibus. Sua mãe ainda ia demorar mesmo. A praia era simples. Só tinham algumas barracas, restaurantes simples. Tinha vários gazebos feitos de folhas de palmeira. No geral quem queria se diverti levava a própria comida. Jonas o encontrou. A praia era grande, era uma praia. O ensinou os principais pontos de referências para não se perder. Mostrou as dunas e algumas referências. “O que acha?” “É simples. Não é nenhum paraíso. Mas tudo bem. Digo, é divertido.” “Você vai se dá bem aqui, relaxe. Bem, na verdade eu moro bem perto. Cuidado, porque se ficar muito tarde, pode ser difícil voltar para casa.” “Valeu.” O passeio foi interessante. Já era final da tarde. Estava encostado em um grupo de palmeiras. Adoraria ver o pôr do sol mas ficaria muito tarde. Quando se levantou, algo chamou sua atenção. Era Manju. Ele estava de pé de uma parte mais alta de um morro, encarando o oceano. A praia estava quase deserta. Eddy ficou curioso para saber o que ele queria. Decidiu ir até aonde ele estava. Chegou por trás. Não estava exatamente escondido porém deveria falar alguma coisa. Não teve chance, porém. “E então? Gostando da praia?” Eddy levou um susto. Manju não se virou para falar com ele. Decidiu responder. “S, sim. Desculpa por vir sem avisar.” “Estou no alto. Vejo mais coisas” “Desculpe.” “Porque tanta desculpa. Você não fez nada.” “Eu sei é só… o que você tá fazendo aqui?” “Eu moro aqui. Bem perto, ainda na praia.” “Sério? Legal.” “Obrigado.” “Então… o que faz aqui?” “Esperando.” “O que?” “A maré alta. Quando ela veem essa parte da praia some. E fica legal de pular e mergulhar. Você quer?” “N, não. Ia ficar muito tarde.” “A praia é quase outro mundo a noite. Aprenda a dormir nela. Acredite, todo garoto sabe fazer isso.” Aquela conversa estava meio estranho. Decidiu ir embora. Porém Eddy pensou que seria muito ruim simplesmente ir embora. “Escuta, eu te vir na escola.” “Eu também. Com o Jonas, provavelmente com ele falando para não falar comigo.” Eddy ficou branco. “Não to irritado, calma.” Manju falou. “Eu já to acostumado, fingidos.” “Fingidos?” “Porque Jonas disse para não falar comigo?” “Bem… porque você é bic… digo, gay.” “E?” “Ele disse que você estranhou os outros garotos.” “Sabe o que isso significa?” “Que você tentou dá uma cantada neles? Bulinou eles?” “Isso. Só que sem a parte do bulinar.” “Como assim?” “Eles vieram até mim, querendo coisas. E eu aceitei. Não vou mentir… eu sou safado. Mas para eles, isso só é vantagem quando é conveniente.” “Safado?” “Não preciso falar disso.” “D… tudo bem. Escuta… sei que você não quer caridade mas… se quiser falar comigo, fique à vontade. Normalmente eu me importaria, porém… não ligo mais para muita coisa.” Eddy estava indo embora. Ele já estava alguns passos longe, sem ver Manju. Porém ouviu ele falando para esperar. Quando Eddy se virou Manju estava praticamente na sua frente. O abraçou. Manju era fofo e quentinho. Eddy sentiu o coração ficando quente. E frio quando Manju colocou a mão dentro do seu calção. Ele começou a massagear o pênis de Eddy. Eddy ficou sem palavras. “Por, por quê?” Manju parou. Ele tirou a mão de Eddy. “Você realmente não quer nada demais. Droga.” “Como assim droga?” “Você vai entender. Desculpa. Se quiser falar mal ou falar para alguém, eu não ligo. Não é segredo mesmo.” “Espera. Era isso que você dizer por ser safado?” “Sim, e um pouco mais. Mas você não queria isso.” Eddy fez o que qualquer pessoa sensata faria. Saiu correndo. Tal como Jonas falou, Manju não devia bater bem da cabeça. Eddy simplesmente saiu correndo. Alcançou o ônibus para voltar para zona urbana. Lá ele entrou em casa. Pouco tempo depois sua mãe chegou. Ele estava no banheiro, se limpando da areia e água do mar. Quando terminou, foi falar com sua mãe. Disse como foi seu dia. Falou sobre Jonas e que foi a praia. Falou sobre como era vida naquela cidade. Não mencionou nada sobre Manju. Ela disse como oi seu dia. Amanhã ela receberia muitos móveis. Todo mundo estava meio cansado então ninguém falou muito com ninguém. Apenas foram dormir. Deitado, Eddy se lembrou do assédio de Manju. Ele parecia feliz… e lembrou o que ele falou. “Você realmente não quer nada demais. Droga.” Manju estava feliz por quer Eddy ficou chocado. Se entendeu direito, os garotos pediam para aju fazer isso com ele, mas negavam e Manju era rejeitado… Eddy então pensou no que pode ter acontecido. “Manju provavelmente achou que eu queria algo dele, algo com o meu pênis” Eddy não era um menino bobo que não conhecia sexualidade. Mas ele realmente dava bem pouca bola para isso. Os meninos do interior, porém, pareciam gostar bem mais. Porém Eddy pensava que foi justamente sua supressa e recusa que fizeram a diferença. Manju achava que ele queria alguma coisa, quando não queria. Talvez… fosse uma das poucas pessoas que se aproximaram dele com essa intenção. Bem, infelizmente talvez agora quisesse alguma coisa. Pensar na situação, ainda mais considerando que ele não queria seu mal… fez Eddy ficar de pau duro.